sábado, 14 de março de 2015

Ser livre ou ser mãe?

Já nem lembro mais a última vez em que saí despreocupada, tomei uma cerveja na rua, voltei sem pressa e dormi 10 horas seguidas. Atualmente não há nada que eu faça sem ser correndo. Mas hoje estou tão cansada, mereço um banho quente, relaxante, e que dure pelo menos um pouco mais de 2 minutos. Meu filho? Não se preocupe, está no quarto dormindo feito um anjinho! Está seguro, o que poderia acontecer? Acho que nada. A não ser que um gavião entre pela janela e machuque-o... ou ele pode cair da cama e fraturar algo. E se ele alcançar a cômoda e beber perfume? Quanta besteira! Já pensou se ele se engasga dormindo? Pronto. Saio do banho cheia de sabão e vou ver como ele está. Que mal há em tirar a espuma com a toalha? Ele continua tão sereno no soninho dele... e ainda sorri enquanto dorme. A pia está cheia de louça, preciso fazer o jantar. E as roupas? Tem uma pilha para passar. Mas tudo pode esperar. Vou ficar só 10 minutinhos admirando essa coisinha tão linda. Então, nos meus devaneios, minha mente viaja para alguns anos atrás, quando nada me prendia. Eram festas, passeios, viagens. Era livre. Porém, virava e mexia, eu sentia um vazio. Procurava amigos. Procurava amores. Hoje, sou "refém". Não de bandido, não de gente louca. Refém de amor e doçura. Refém de alguém que quando ouvi o coração bater pela primeira vez, já me tinha por inteiro (e olha que eu nem conhecia). Meu coração está cheio. Se fica vazio é de tudo que é ruim, porque não há espaço. Liberdade eu só tenho dentro dos meus pensamentos. Porque agora tudo tem hora, regra, cuidado, atenção, recomendação médica. Vivo duas vidas. A minha, e a dele. Eu sei que minhas amigas olham e imaginam como deve ser difícil e não querem tão cedo passar por isso. Mas, como canta Djavan, "se quer saber se eu quero outra vida, não, não".


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